Home / Especialidades / Bronquiolite – O que é?
A bronquiolite é a infeção respiratória mais comum em crianças com idade inferior a três anos e uma importante causa de internamento nos meses de Inverno e Primavera, embora que, pela nossa experiência clínica, nos últimos anos é frequente a sua ocorrência ao longo de todo o ano, devido às alterações climatéricas.
Apesar da maioria dos casos de bronquiolite ser causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), existem outras causas responsáveis pelo desenvolvimento de problemas respiratórios: bactérias; infeções respiratórias anteriormente mal resolvidas; reação à inspiração de ar frio; otites; nascimento de novos dentinhos; Etc. A criança, por reação, produz secreções (as ranhocas!) no nariz e, se este não for limpo, pode descer para o interior dos pulmões. Se as crianças vão produzindo secreções sem as deitar fora, esta acumulação é o espaço ideal para que as bactérias se desenvolvam, causem inflamação e seguidamente bronquiolite.
Muitas são as dúvidas e preocupações dos pais face a esta condição, motivo pelo qual na Desaffius temos Fisioterapeutas especializadas nesta área, que para além do contexto clínico, dão formação em creches a pais e educadores. O facto do seu bebé ter secreções no nariz faz com que respire pela boca, o que pode ser acompanhado de outras alterações quando mantido no tempo ou situações repetidas. Hoje sabe-se que esta condição vai muito além de um problema respiratório, o que torna a prevenção essencial para prevenir problemas futuros.
É muito importante aprender a ler os sinais que o corpo do seu bebé lhe dá, que indicam que está com dificuldade respiratória: irritabilidade, polipneia (respiração mais acelerada que o normal), adejo nasal (movimento das asinhas do nariz), tiragem (covinhas junto às costelas ou junto as clavículas), cianose (lábios ou unhas roxas), gemido. É importante perceber que o seu bebé está com dificuldade em respirar. No entanto, muitos pais já conhecem os sintomas que antecedem uma bronquiolite (quando já não é a primeira vez que ocorre), como a dificuldade em mamar/comer, noites mais agitadas, não brincam tanto, etc.
Muitos destes sinais de dificuldade respiratória necessitam de um acompanhamento médico. Na Desaffius trabalhamos em equipa com o seu médico pediatra para juntos, darmos um melhor acompanhamento da situação do seu filho.
Quando já conhecemos a história clínica do seu filho, a sua maneira de reagir e quais os sinais a ignorar ou dar atenção, a ginástica respiratória poderá ser vista como um método de prevenção, ou seja, atua antes de se desenvolver a crise.
A Fisioterapia respiratória, também chamada ginástica/cinesioterapia respiratória, é recomendada quando há obstrução do nariz ou pulmões por excesso de secreções e o bebé ou criança não está a conseguir libertá-las.
Na sessão de Fisioterapia respiratória o seu bebé é SEMPRE auscultado para:
- Verificar se a criança beneficia de Fisioterapia
- Identificar a causa da Obstrução (secreções, broncoespasmo)
- Identificar localização da obstrução
- Seleccionar técnicas adequadas.
É a aplicação de técnicas de fisioterapia como a desobstrução nasal, a expiração rápida, expiração lenta prolongada, associada (ou não) à tosse provocada, realizadas por fisioterapeutas com formação específica nesta área.
Estas manobras consistem na reprodução do movimento normal da inspiração e expiração através das mãos do fisioterapeuta, com o objetivo de mobilizar e eliminar as secreções.
A pressão aplicada no tórax NÃO provoca dor e ajuda a tirar o ar todo do pulmão de modo a promover a subida das secreções. Depois das secreções terem subido e já estarem soltas, estão prontas para serem expelidas. O bebé tosse naturalmente durante a sessão ou vai engolindo as secreções, sendo que posteriormente os pais verificam que saem nas fezes ou vomita, naturalmente, as próprias secreções. O vómito nunca deve ser provocado!
A reação às técnicas é variável em cada bebé. Há bebés que se mantêm calmos ao longo de toda a sessão, no entanto, alguns podem chorar e tentar tirar as mãos da fisioterapeuta do seu corpo pois não gostam da pressão exercida no tórax ou da aplicação de soro.
Na Desaffius defendemos que formação aos pais e educadores é de extrema importância nesta área, motivo pelo qual, fazemos o ensino relativamente às Estratégias de Prevenção: Cuidados a ter em casa/creche; Cuidados nos posicionamentos do bebé; Controvérsias da automedicação e uso excessivo de medicação/broncodilatadores; Ensino de quando e como se realiza a lavagem nasal, estratégia mais importante para prevenir e tratar as infeções respiratórias.
Na Desaffius as sessões têm uma duração de cerca de 45min a 1 hora, que inclui a conversa e diagnóstico inicial. A ginástica respiratória tem uma duração de cerca de 20 a 30 minutos, sendo que a fisioterapeuta realiza pausas sempre que o bebé dá indicação de que está cansado. Nestes momentos, poderá abraçar, brincar e acalmar o seu bebé/criança.
O número de sessões depende da capacidade de recuperação do bebé e da gravidade da condição clínica. No entanto, pela nossa experiência, verificamos uma média de 3 sessões até o bebé conseguir lidar com a situação de uma forma autónoma.
- Presença de febre
– Bebé/criança está com alguns sinais de dificuldade respiratória (incluindo sibilos ouvidos na auscultação). Nestas situações é importante a reavaliação por parte do médico pediatra.
– As secreções estão muito secas e a tosse não é produtiva;
– Bebé/criança tem secreções em quantidade reduzida e sozinho é capaz de removê-las (é importante estimular as defesas naturais do bebé!)
Ensino aos pais.
Ajuda a eliminar a tosse.
Diminuição do tempo de recuperação e menor necessidade de medicação à posteriori.
Comer e dormir melhor.
Evitar recidivas e internamentos.
Bebé com infeções respiratórias frequentes tem maior probabilidade de ser um adulto com patologia respiratória.
Ao ser incapaz de respirar pelo nariz, o bebé/criança abre instintivamente a boca, podendo mesmo meter a língua para fora. Nas crianças em fase de crescimento, se a situação se mantiver por logos períodos, pode causar alterações estruturais e posturais.
A fase em crescimento é uma estrutura complexa que se forma gradualmente. Sem uma respiração correta, os ossos da face crescem verticalmente, desenvolvendo malformações faciais e orais, resultando em rostos alongados, sem maças do rosto, dentes que não encaixam, desalinhados e “encavalitados”, podendo a audição e o equilíbrio ficar alterados.
As crianças tendem a comer rápido ou até mesmo a deixar de comer, para conseguirem respirar. Ao respirar pela boca, as pressões entre o nariz e a boca não são equilibradas corretamente e o ouvido médio que está em contacto com o nariz, não ventila. Assim, ocorre acumulação de muco nas vias aéreas superiores, formando as chamadas otites e infeções respiratórias, por repetição, que podem levar à diminuição de audição.
Por estes motivos deve ter em atenção se o seu bebé:
- Respira pela boca frequentemente e/ou mantem a língua fora;
- Olheiras ou olhos cansados;
- Dorme com a boca aberta;
- Tosse predominante noturna ou quando deitado
- Ronca e inclusive faz apneias;
- Tem a voz fanhosa;
- Apresenta deformação da face: rosto comprido e estreito, sem maças de rosto, palato estreito e fundo;
- Dentição muito atrasada;
- Lábios secos ou com rachas frequentemente;
- Infeção de ouvidos com frequência;
A Higiene Nasal é muito importante para evitar problemas a médio prazo. Aos 5 anos, o rosto da criança tem 80% da formação completa. Por isso, a prevenção e atuação precoce são fundamentais. O desenvolvimento correto da criança depende muito de um nariz permeável e limpo.